Como o Açúcar Engorda?
- Victor Tarini
- 25 de jul. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de ago. de 2022
Já parou para pensar quantas vezes alguém te disse: “Não coma doces, você vai engordar”. Pois é, já é senso comum que o açúcar engorda. Más, você já sabe como este processo funciona? Deixa então eu te explicar o passo-a-passo.

INSULINA
Toda vez que nos alimentamos, produzimos uma porção de substâncias que participarão da digestão e absorção dos nutrientes. No estômago por exemplo, ocorre a produção e liberação de um conjunto de substâncias que chamamos de “suco gástrico”. A partir da combinação dos alimentos com o suco gástrico ocorrerá a digestão química, em decorrência da ação de enzimas digestivas sobre as gorduras, proteínas e carboidratos. Ao final deste processo, moléculas simples como ácidos graxos, aminoácidos e glicose são entregues ao intestino delgado, onde serão transferidas para a circulação sanguínea. É a partir desse momento que um hormônio produzido pelo pâncreas a “insulina” desempenha um papel importante. O de promover a captação da glicose por células de gordura e musculares entre outros tecidos corporais. Então, toda vez que comemos algo vamos ter aumento nos níveis de insulina no sangue? A resposta é sim! E tem mais, quanto maior for a concentração de carboidratos (açúcares) na refeição, maior será a quantidade de insulina.
MAS AINDA NÃO DEU PARA ENTENDER ONDE O AÇÚCAR ENTRA NA HISTÓRIA...
Como disse anteriormente, quanto maior for a concentração de glicose, maior será a liberação de insulina. O açúcar é um carboidrato simples, quando ingerido causa o maior estímulo para a liberação de insulina. A insulina por sua vez, estimula células de gordura e células musculares a captarem a glicose circulante no sangue. Nas células de gordura a glicose será integrada a moléculas de gordura chamadas de triglicerídeos. Portanto, evitar o açúcar pode te ajudar a controlar a quantidade de gordura corporal.

MAS, QUANDO EU POSSO COMER O MEU DOCE PREDILETO?
A resposta para esta pergunta exige uma explicação um pouco mais detalhada sobre a liberação da insulina. Quando nos exercitamos, produzimos outros hormônios como glucagon, adrenalina, noradrenalina, GH e testosterona que regulam várias respostas fisiológicas, entre elas a resposta cardiorrespiratória e a regulação do metabolismo energético na tentativa de atender às exigências do organismo nesta condição, o exercício físico. Durante o exercício o corpo não libera insulina, isso ocorre para garantir que não falte glicose no sangue. Pois o sistema nervoso depende quase que exclusivamente desse nutriente para se manter. Logo, não havendo a presença da insulina, não há como as células de gordura captarem glicose para fazer triglicerídeos. Outra informação importante é que a inibição à liberação de insulina pode durar até duas horas após o término do exercício físico. Portanto, se quiser comer um doce, sugiro que o faça imediatamente após o exercício físico, onde haverá a menor chance desse “açúcar” vir a se tornar gordura. Também não posso deixar de mencionar que esta não é uma boa opção para quem quer emagrecer. Manter-se distante dos doces pode potencializar os efeitos da dieta assim como dos exercícios.
QUAIS SÃO OS AÇÚCARES MAIS PERIGOSOS?
A lista não é pequena, então vou me concentrar naqueles que são os mais frequentes no dia a dia das pessoas: Em primeiríssimo lugar, o açúcar branco. Este açúcar está presente na maioria das receitas de pães e doces, tanto quanto como acompanhamento em bebidas como o tradicional café, chás, sucos de frutas, coberturas de pães doces etc. Este alimento nada nutritivo encabeça a lista da OMS de alimentos mais prejudiciais à saúde.

Em segundo lugar, os refrigerantes. Tão enraizados em nossa cultura, são de longe o acompanhamento preferencial de refeições como hamburgueres, pizzas, festas de aniversários, churrascos etc.
Em terceiro lugar estão os chocolates ao leite. A concentração de açúcar neste alimento pode facilmente superar a 50% da sua composição. Para tornar tudo ainda mais complicado, o chocolate está associado à melhora do estado de humor, sendo o alimento predileto de pessoas que sofrem de distúrbios como ansiedade.
Logo em seguida estão os docinhos industrializados como as balas de goma, jujubas, pirulitos gomas de mascar, entre tantos outros...
QUAL É A MELHOR ESTRATÉGIA PARA ABANDONAR GRADUALMENTE O CONSUMO DE AÇÚCARES?
Não é simples, primeiramente precisa haver uma toma de consciência, compreender que todo esforço empreendido numa mudança de estilo de vida, depende de sacrifícios. Deve-se estabelecer uma rotina na qual haverá dias sem consumo de açúcares. Nestes dias, o consumo de frutas em substituição aos doces ameniza o sofrimento.
Aumentar o consumo de água nos intervalos entre as refeições ajuda a reduzir a sensação de vazio que na maioria das vezes nos leva a “beliscar” guloseimas.
E, naturalmente não podemos deixar de mencionar a importância de se ter uma rotina diária de exercícios físicos. A retirada do doce precisa ser compensada ao nível neuronal com outro tipo de mecanismo de recompensa. Neste caso, as endorfinas liberadas durante a atividade física (a médio prazo) serão substitutos à altura.
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